modo de preparo...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Que curso?

Acho que a decisão de escolher o curso deve possuir um pouco do nosso lado vocacional, o desejo, o querer, mas também deve conter o nosso lado estratégico, voltado para a realidade (não necessariamente pensando no dinheiro). Digo isso porque ninguém quer trabalhar em algo que não lhe dê alegria, satisfação pessoal, mas também ninguém quer fazer um curso e se arrepender quando começar a trabalhar. Não podemos deixar de fazer aquilo que a gente gosta, ou pelo menos aquilo que temos mais vocação, sob pena de viver uma vida infeliz ou trabalhar sempre "de modo satisfatório", apenas, sem crescer, melhorar, aprimorar, e poder trabalhar cada vez melhor e com mais alegria e satisfação. Mas também não podemos escolher o curso baseado tão-somente em nosso prazer, devemos pesquisar como é o trabalho dessas pessoas, ver a rotina delas, para não se arrepender e desiludir-se com o curso. Eu, por exemplo, adoro tocar teclado e tenho uma aptidão em música (veja, aprendi sozinho a tocar teclado, conheço notas e algumas coisas da teoria da música sem ter estudado nada), mas não faria o curso de música na faculdade, porque não gostaria de viver da música, ser um músico. Para mim, a música é um hobby, não uma profissão. Da mesma forma, o teatro, que eu aprendi a gostar e descobri esse meu lado ator, mas não faria Artes Cênicas porque, novamente, é só uma coisa que gosto, mas sem maiores pretensões.

Para ficar mais fácil, melhor começar a perguntar "do que eu não gosto?" e já ir eliminando... Eu, por exemplo, sabia desde o início que a minha área seria humanas. Gosto de escrever, gosto de ler, prefiro história e geografia que biologia e física. Daí, procurando os cursos, senti afinidade com vários, à saber: Letras, Pedagogia, Jornalismo, Publicidade, Direito e Psicologia.

Como no Ensino Médio não temos a mínima noção de como os profissionais de cada área atuam, fui procurando saber sobre isso. Percebi que Jornalismo e Publicidade não seriam meus cursos, porque o jornalista tem de possuir essas disposições para perguntar, analisar e escrever mesmo as coisas que detesta, e em praticamente todos os tipos de textos possíveis. Eu prefiro crônicas, e se um dia eu escrever em jornal, serei um cronista semanal (os cronistas não necessariamente são formados em jornalismo). Publicidade é interessante porque trabalha constantemente o lado criativo, mas a criatividade será usada com o intuito de vender determinado produto, lucar determinada empresa, e eu não gostaria de viver assim, trabalhando esse lado tão bonito do ser humano para fins um tanto questionáveis. Psicologia é interessante, sempre gostei de refletir, de pensar no porque dos atos humanos, de entender as pessoas, mas eu vi que a psicologia tem muita biologia envolvida, e eu sou péssimo em biologia. Letras seria bom para dar aula, eu sempre quis dar aula (e de redação!), mas existem coisas chatíssimas no português, que eu teria de saber para ser um verdadeiro professor de português, e isso me desanimou. Neste caso, pensei também no futuro profissional, com certeza ganharia pouco e trabalharia muito. Não seria um problema caso eu adorasse de paixão português, mas eu não tenho essa paixão (não é como o Arthur, por exemplo, que tem paixão por Biologia e está fazendo Biologia). Refleti muito até descartar esse curso (pensei até num plano de ação: faria o curso e já daria aula em colégios, mesmo antes de formado, daí eu concluiria o curso, continuaria dando aulas, tentaria dar aula em colégios que pagassem melhor até chegar num desses bons do Bueno, Marista, mas não deixaria de lado o ensino público, tentaria ser professor nesses dois "mundinhos" diferentes. Assim me realizaria profissionalmente, trabalhando muito mas com muita alegria, tentando principalmente incentivar nos meus alunos o prazer pela leitura). Descartei esse plano por causa das razões mencionadas lá em cima, e porque os outros dois últimos cursos me animavam mais.

Eram Direito e Pedagogia. Eu acabei escolhendo Direito, mas até hoje não sei se fiz a opção correta. Na verdade, penso em cursar Pedagogia depois de formar em Direito. A razão pela qual escolhi Direito envolveu mais meu lado estratégico que o vocacional. Na verdade, tenho um plano de ação de mais ou menos duas décadas, e esse plano começa com o curso de Direito. Não sei se esse plano vai dar certo, de qualquer forma, para quem acredita na vida eterna, e em reencarnações, isso não é problema. :D

Qualquer dia eu conto para vocês esse meu plano de vida. Agora a lasanha está pronta e minha mãe me chama. Só lhes digo uma coisa: não tem nada a ver com ganhar dinheiro e ter uma vida boa. Não caiam nesses argumentos dos adultos. Muitos ainda pensam que a felicidade está nas verdinhas. Eu acho que não. O dinheiro é importante para a sobrevivência, mas qualquer curso que escolher pode lhe dar dinheiro para a sobrevivência. Pensem na razão de viver de vocês (vestibulandos que lêem esse texto), no que é mais importante mesmo, naquilo que dá mais felicidade, pensem nessas coisas ao escolher o curso.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Ajudinha

Vim aqui, me perguntando se o blog estava abandonado, não precisa nem dizer (não estou culpando ninguém, eu mesma não posto deve fazer um ano), mas vou fazer uma tentativa mesmo assim.

Um amigo meu criou um blog muito interessante, para ajudar as pessoas que estão escolhendo o curso superior, onde ele entrevista pessoas de várias áreas.

É só clicar .




terça-feira, 7 de outubro de 2008

Na França não tem Toddy

Primeiro choque cultural: Não, na França não tem toddy.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Diversidade (semelhança?)

É interessante analisar a complexidade humana. Aliás, analisar não, perceber. Para analisarmos a complexidade humana, teríamos de refletir como um psicólogo; para perceber a complexidade humana, basta estarmos em companhia de duas ou três pessoas e prestarmos atenção em suas diferenças. Por vezes, são diferenças espantosas! Leva-me a pensar o quão os seres humanos são únicos.
A diversidade humana é tão exacerbada! É muito fácil notarmos isso entre culturas distintas. Aqui, no Brasil, matamos a vaca; na Índia, é animal sagrado (se uma entra, por acaso, num estabelecimento comercial, e se, por acaso, solta um cocõzão enorme na porta, o estabelecimento vai ser considerado privilegiado, sacro, e seu dono com certeza vai se enriquecer). Comemos de garfo e faca; os japoneses comem de palitinho (se trocamos com eles, nem eles nem nós vamos conseguir nos alimentar direito). Destruímos a natureza por dinheiro; os índios retiram dela o necessário para a sobrevivência. Os ianomâmis deixam os bebês portadores de deficiência serem assassinados por formigas carnívoras (os romanos os atiravam de um penhasco); nós o protegemos e a maioria tenta amá-los (nossa legislação os considera indivíduos tão iguais quanto os ditos "normais"). "Cultura: um conceito antropológico", livro do Roque Laraia, é interessantíssimo e trata justamente deste tema. É fininho, cheio de exemplos legais, vale a pena lê-lo.
Mas algo me diz que deva existir entre todos os seres pensantes do Universo (terrestres, jupterianos, capelinos...) algo em comum. Uma característica marcante que está presente em todos, independentemente da cultura. Talvez o fato de "buscar a felicidade", parece-me que todos almejam-na, muito embora poucos agem da maneira correta. Ou então "buscar o contato humano", parece-me também que todos os seres buscam a interação, a amizade, até porque se existisse somente um ser humano no planeta, ele não saberia de seu caráter, de sua existência. Acho que só existimos porque comunicamo-nos uns com os outros, e somos o que somos por causa do outro...
É só a minha opinião. Para estes duas tentativas, com certeza haverá contra-argumentos. Até eu mesmo, quando leio o que escrevi, escuto a voz da minha consciência que diz "É relativo, João Paulo, é relativo...". E mais baixinho consigo ouvi-la completar "seu burro". Einsten foi muito correto na afirmação "Tudo é relativo"; essa frase é a inimiga das frases generalizantes, aquelas que contenham "Todo", "Sempre", "Nunca", porque elas são ditas por pessoas ignorantes. "Todo político é corrupto", a gente sabe que não é verdade, alguns são honestos. "Nunca alguém disse isso antes", às vezes alguém já disse, não conhecemos os discursos de todos. "Sempre que o céu tá nublado vem chuva", nada a ver, pode acontecer de não chover, assim como às vezes chove sem mesmo estar nublado!
Mas se "Tudo" também inicia uma frase generalizante, a máxima "Tudo é relativo" é, ela própria, relativa! Ou seja, talvez nem tudo seja relativo e talvez exista sim um fato generalizante! E talvez seja justamente àquele que eu procuro: a característica semelhante em todos os seres.
Acho que ela é a essência humana. É essa essência da qual a Aline escreveu, lá em baixo, em seu primeiro texto aqui no blog. É a essência do ser humano e as 80 quilocalorias descritas no canto direito do blog. Mas como é difícil de encontrá-la, como é difícil! É o meu sonho descobri-la. É o que a Aline concluiu: essência de sonhadora. Estou ainda a procurá-la...
(acho que tenho medo de encontrá-la. conhecê-la pode fazer tudo perder a graça. mas essa aflição fica só entre nós, aqui)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Não acredito que eu errei!


Ó, o JP falou que eu podia postar qualquer coisa aqui no blog. Não precisava ser texto. Acho até que isso vai contribuir um pouco pra diversão do site. Então aí vai o link:

http://xtremedownload.110mb.com/testidiota.htm

Quero ver quem é o sabichão que vai conseguir. Eu perdi na parte que pede pra apertar o menor botão vermelho.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Reformas...


Bom, que fique claro que eu apoio a causa Toddyana! Infelizmente fui desanimando mesmo, mas isso é coisa do passado. Não prometo (como nunca prometi) postagens freqüentes, mas essa aqui, pelo menos, saiu! "Ah Tchuca, freqüente com trema? Como você é desatualizado." Sim, com trema sim. É sobre isso mesmo que eu vim falar aqui. Dessa reforma sem chão, parede ou penico! Passei a minha vida inteira ouvindo aquelas professoras de português (que tendem, não me perguntem por que, a serem as mais chatas) dizerem que não podemos escrever vc, td, blz... Isso porque a norma culta da língua, que não passa de apenas mais uma faceta do português (o Arthur vai me matar...), deve ser respeitada e tal. E agora? Agora, como já aconteceu, os imbecis têm a brilhante idéia de fazer uma reforma que, em sua grande maioria (dane-se se isso tá errado, porque essa maioria é grande mesmo!), só tem a "rusticalizar" a língua. Veja o lado do trema, por exemplo. Por que abolí-lo? Coloquem-se no lugar de um estrangeiro aprendendo a língua ou, pior ainda, de um nativo que desconhece uma determinada palavra com trema (infelizmente não consigo pensar em uma que seja tão incomum assim). Como esse indivíduo saberá a pronúncio correta? Se é freqüente ou frequente? Queijo ou Qüeijo? Não vou ficar discorrendo sobre todos os meus protestos para com todas as novas regras, mas acho que isso só rebaixará a língua a um nível cada vez menor de complexidade, o que é sinônimo de perfeição (pelo menos nesse caso). Quantos de nós já nos flagramos cheios de orgulho quando aquele estrangeiro disse que o português é uma língua muito difícil, uma vez que é tão perfeita. Pensamos : "nossa, e eu a domino tão bem". Ou então quando aquele professor de inglês disse que a matéria dele é muito fácil. "Inglês é língua de índio!". Vai por aí mesmo. Tão querendo "emburrecer" o português. E é por isso que sou radicalmente contra essa reforma. E com aval de especialistas, como o saudoso douto Carolos André, que vi falando sobre isso no jornal ontem.

Ou então, isso pode ser só ranzinzice minha mesmo. Quem me conhece sabe que eu odeio mudanças. Minha mãe ainda jura que eu larguei a faculdade por causa disso. As vezes é até por isso que eu parei de escrever aqui. Porque estou, eu mesmo, vivendo uma reforma. De personalidade, sei lá.

Agora... Sobre o último texto João, porque logo os meus textos são os "gordos"? E outra, você esqueceu de citar a característica mais marcante das minhas produções: as figuras. Aposto que agora mesmo, quando você acessou o blog pra ver se algum dos seus parceiros relapsos tinham acatado o seu puxão de orelha e escrito um texto, e deu de cara com uma fotinha percebeu: "ah, o Tchuca escreveu!". Já tava me pressionando a escrever desde sábado, quando você me intimou cara-a-cara. Só não achava o tema, mas ele surgiu espontaneamente quando fui comentar o seu último post. Eu realmente não consegui pensar em uma desculpa esfarrapada tão boa quanto a do Arthur, tendo em vista que na minha atual "atôaice", não podia dizer que andava tão ocupado. Huauhauah, brincadeira.

Bom, é isso aí. Perdoem os erros porque, ao contrário dos outros que eu escrevi, eu não o revisei.
That's all folks!

PS: precisamos de uma nova foto pra capa do blog.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Como é que se faz para escrever?

Os professores de redação enfrentam um desafio: incentivar seus alunos a escreverem*. As alegações destes são quase sempre as mesmas: "não tenho criatividade", "não sei escrever". Vez ou outra, entretanto, aparecem alguns com disposição para participar desta aventura. Em geral, eles também gostam de ler. Passam a fazer as tarefas de casa com capricho, escrevendo os textos pedidos com dedicação e criatividade. Lêem os escritos na sala de aula (resistindo, internamente, a timidez) e animam-se ainda mais quando recebem elogios dos colegas de sala e da professora.

Então, começam a escrever por conta própria, só pelo prazer em colocar as idéias no papel; às vezes, mostram estes textos para alguns amigos, que continuam a admirá-lo. Daí esses aventureiros fazem uma pequena "assembléia" num recreio qualquer, um olha pro outro, e um mais barbudo diz: "Poxa, porque não criamos um blog na internet onde todos nós, juntos, podemos postar textos?"

Aí vira a maior festa! Uma enxurrada de textos, agora, escritos ali na internet, pra todo mundo ver! É perder a vergonha e escrever sem medo de ser feliz! E não é que acaba saindo dali textos muito interessantes, dignos de comentários de muitos internautas amigos? A coisa é tão empolgante que até caricatura eles colocam no canto da página!

E tudo parece muito bonito até aparecer, do nada, uma força diferente de todas que essas pessoas já haviam experimentado. Uma Maria começa a rascunhar alguns textos mas pára antes de terminar, porque alguma coisa diz que o texto não está bom. Aquele barbudinho começa a arranjar mil outras coisas para fazer e acaba escrevendo menos frequentemente**. Um outro de mesmo nome, que já escrevia pouco, vai preguiçando, preguiçando... A outra menina, que até teoria de blocos unidimensionais esboçava, passa a recolher-se a outras peripécias da vida, ou melhor, deixa de se recolher à pequena salinha do blog do Toddy, e pára de escrever quase que completamente. E uma outra menina, tão meiga (que nunca foi na creche comigo) também, naquele seu jeitinho lenga-lenga-carinhoso, vai deixando de escrever...

A empolgação vai sumindo, e eles vão preferindo tédio ao Toddy.

Mas ninguém pode brigar com eles e obrigá-los a escrever! Porque a gente só escreve bem de verdade quando não há pressão, quando o texto sai assim, de repente, quando a gente quer. Ademais, todos tem sua vida, suas obrigações, e o blog não pode prender ninguém, a idéia é justamente o contrário, de ele ser sinônimo de liberdade. Se quase ninguém escreve mais, "paciência", como dizem.

Claro que sentimos falta dos textos sem maiúsculas da Dé, de frases pingadas, que continham nas entrelinhas o coração que ela julga (e eu também) maior que o mundo; dos textos introspectivos da Aline, tão naturalmente escritos, que retratavam em geral a "dor do mundo" (expressão que compreende as diversas dores da vida, tão infinitamente variadas e doídas); dos textos gramaticalmente corretos do Arthur, que com seu jeito todo incorretamente criativo, retratava alguns fenômenos da vida toddyana; dos textos gordos do Tchuca, tão recheados de informação das mais variadas e observações das mais perspicazes sobre uma infinidade de assuntos (cores, futebol, amizade...). A Paula, apesar de escrever mais (e também postar no seu blog), também nos faz sentir falta daqueles parênteses que dão múltiplos significados a uma mesma frase, falando de modo tão original (e por vezes tão intelectual!) de suas preocupações, pensamentos e teorias acerca do mundo, "do seu mundo", como ela gosta.

Será por que que pararam de escrever? É algo que me dá tanto prazer, tanto tesão, tenho certeza de que sentem a mesma coisa... Será que esqueceram como é que se faz? Logo eles, que sabem que o segredo para escrever bons textos é justamente o fato de não haver segredo algum! Será que não lembram que um texto grande e bonito pode acabar saindo de um fato do dia, de uma palavra apenas, de qualquer coisa? Será que falta fé nos seus rascunhos, será que não acreditam que eles possam valer um bom texto? Ou será que é só o tempo mesmo, esse comedor insaciável de textos, idéias e arte, que está atrapalhando o Leite com Toddy?

Pode ser, entretanto, problema de ordem mais profunda. Eu sou ainda muito burro nesses assuntos de alma, mas a Clarice Lispector me ajuda. Talvez meus amigos do Toddy possam estar passando por esta situação:

Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.


Neste caso, eu peço desculpas por importunar. Vocês estão em busca de uma verdade muito profunda, e acabam deixando de escrever por acreditarem que nunca a alcançarão. É uma atmosfera entediante que lhes diz que escrever não muda em nada, não faz diferença... Digo a vocês somente que é meu desejo também, um dia, escrever um texto com essa tal verdade profunda. Mas enquanto não chego lá, vou me divertindo em escrever verdades rasas! E quem me garante que, num desses mergulhos textuais, eu não consiga tocar rapidamente o fundo deste lago maluco?

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Este texto era para ser um protesto, mas eu não consigo protestar. Estou é com saudades mesmo!

* Nunca sei se é "escrever" ou "escreverem".

** O trema está sendo abolido oficialmente da língua portuguesa. :)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Asfixiada

Não consigo mais escrever.Ora uma angústia me toma,ora o tédio me vence.Por mais que eu queira, por mais que eu force,me dói saber, mas não consigo mais escrever,(por enquanto,eu espero),aqui.Parece que eu engasguei ' no' leite com toddy.

domingo, 11 de maio de 2008

Reflexão

A morte da menina Isabella, mesmo com todo o estardalhaço que a mídia já fez, é algo que ainda me espanta. O fato de não existirem quaisquer indícios de que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento nos leva a crer que foram eles mesmo, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, os responsáveis por tal atrocidade. Talvez não tenha sido eles, claro, mas tudo indica que sim. O pior é ver que, no depoimento que eles deram ao Fantástico, eles falam que não, Jatobá diz que Deus é seu único testemunho e Alexandre diz que prometeu, vendo a filha morta no caixão, que vai encontrar o assassino, custe o que custar.

Daí, a gente usa a razão e pensa "Que falsidade! Só podem ter sido eles..." e vem a emoção e completa ", desgraçados, sem-coração." E no nosso íntimo ficamos com uma vontade louca de esganá-los, de fazê-los entender que isso tudo é errado, tá muito errado, é muito desumano, é muito tenebroso isso, seus filhos da puta! E começamos a torturá-los no nosso pensamento. Provavelmente, se estivéssemos em São Paulo e eles passassem andando na rua, não perderíamos tempo e começaríamos a maltratá-los, a linchá-los, para que eles aprendam, para que eles entendam...

E acabaríamos matando o casal, de uma forma tão fria e cruel como eles mataram Isabella. Seríamos nós os criminosos. Teríamos sujas de sangue nossas mãos, e tudo o que falamos anteriormente sobre paz, amor, não faria mais sentido. E a Isabella, lá no Céu, veria com olhos lacrimejando tudo isso, porque uma garotinha tão bela e inocente não quereria tanto caos, tanta revolta, tanta violência, quereria apenas a paz, porque ela, lá em cima, com toda a sua bondade, já perdoou o que o casal fez...

"Mas a justiça deve ser feita", pensamos nós, aqui na Terra. De fato, ela tem de ser feita, mas pelo Estado! Há muitos anos atrás, os homens concederam ao Estado o monopólio da violência. Não cabe a nós violentar o casal e fazer justiça com as próprias mãos... É o Estado que tem este monopólio, e a maior violência que poderá fazer é metê-los dentro de uma cela de prisão por longos anos. Cabe ao Estado fazer Justiça! Não podemos nunca nos esquecer disso! Caso contrário, voltamos as épocas antigas, em que a justiça era feita pelos homens, através de vinganças privadas e públicas, e a humanidade beirava o caos.

Não quero defender o casal. Mas também não quero acusá-lo veementemente. Quero, na verdade, um mundo mais pacífico, mais espiritualizado... E isso começa dentro da gente. Penso que não devemos tratar criminosos como escória da humanidade, porque eles são seres humanos, como a gente, que talvez tenham errado muito mais que a gente, mas que merecem a nossa compaixão.

quarta-feira, 30 de abril de 2008