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Todo ser humano que se preze, algum dia já ficou horas olhando pro nada, refletindo sobre o propósito da vida; o quanto a vida é efêmera. Os que mais sofrem com isso são os não religiosos, ateus ou céticos, como eu, que por não acreditar veemente em vida após a morte, perdão divino, paraíso e outros afins, indaga-se constantemente: o que virá depois? Os mais espiritualistas acreditam, talvez, em uma vida transcendental, uma espécie de alma, ou fluido energético que rege o mundo metafísico. Os menos espiritualistas aceitam que a morte é nada mais nada menos que a deterioração de um organismo vivo. A partir do momento que não há uma harmonia metabólica entre os tecidos vitais, não há vida, e o que resta é apenas a decomposição. A partir da morte não há mais consciência, não há mais retorno a vida. Acreditamos apenas num fluxo natural de energia, que neste caso, irá do organismo morto para os organismos decompositores e posteriormente para o solo, plantas, animais etc.
Com certeza é o pensamento mais triste, mas é o preço que se paga pelo ceticismo.
Tendo este dogma em minha vida, esporadicamente reflito sobre a brevidade do ciclo vital, sobre o ciclo natural de nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer e morrer; e penso: onde está o prazer neste ciclo? não tem! o prazer é uma invenção nossa. O prazer é um sentimento que não é fundamentado nas leis naturais de vida. A felicidade não é uma obrigação. E penso eu: o que é isso então?O prazer não é nada mais, nada menos que felicidade instantânea. E a felicidade? Em outros séculos a felicidade não era explicada, bem como o amor e outros sentimentos. Só era verdade o que era físico, empírico. Mas a existência do amor, da felicidade, da tristeza é inexorável. São sentimentos que nos acompanham desde nosso nascimento e que, muitas vezes, tornam nossas vidas piores ou melhores do que deviam ser.
Melhor fosse viver por instinto. Apenas comer, dormir, reproduzir e morrer. Algo mais mecânico, sem emoção, sim, mas menos sofrível.Por que nós temos a capacidade de sentir? de ter dores metafísicas? cadê a explicação para os sentimentos? Não tem... anos de reflexão podem não ser o bastante para se desenvolver uma tese sobre isso. Esse é o problema de ser cético. Questionar tanto a vida infundada e quase se enlouquecer em busca de respostas inexistentes.Para não morrer de desgosto, o único jeito é tentar esquecer esses questionamentos e aceitar a condição que nos é imposta: de viver. Viver e curtir os prazeres da vida. Carpe Diem. Tentar ser feliz a qualquer custo para não sofrer mais do que o mundo já nos condena. Continuarmos ignaros quanto ao propósito da vida. Apenas cumprir este ciclo que a nós assiste. E se eu pudesse dar um conselho: acredite no amor.
09 de junho de 2007
6 comentários:
Poxa Arthur, gostaria que visse minha discreta expressão de confortante alegria no momento por saber qu eu sou " um ser humano que se preze".Volta e meia me pego refletindo sobre essas " dores metfísicas" e desejando nunca tê-las sentido antes.Confesso que também sou um tanto cética quanto a isso, mas eu vou seguir e vou seguir seguindo o seu conselho.
bjos!
eu adoro esse! e esse finalzinho é a minha cara, essa frase até é titulo do meu pseudo-falecido fotolog. ;)
ah, sinto muito o sumiço. sumi da internet e depois ela sumiu de mim, mas eu voltei e li tudo. adorei os textos da nossa novata Paula e do nosso enrolado Tchuca. como já disseram, sejam mesmo muito bem vindos! quanto a mim, prometo tentar surgir mais. ;*
eu lembro desse :)
ainda parece biologia :P
e parece melhor da segunda vez x)
:*
engraçado que um amigo meu disse algo semelhante ontem... seria muito mais fácil viver sem emoções.
mas não seria tão gostoso x)
Já tinha lido esse no seu blog.
E li denovo agora.
Não gosto dele até chegar no final.
Não gosto por que ele me lembra que eu vou morrer louco, desgostoso e de uma maneira desprazerosa.
Mas vou sorrindo.
Aprendi muito
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