modo de preparo...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hedonismo

Queria postar algo novo, mas já vou escrever dois textos hoje (que infelizmente não têm nada a ver com o LcT), há muito o que estudar e preciso dormir um pouco também. Por isso, num imenso ato de preguiça, posto aqui um texto que já havia publicado no meu blog.
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Todo ser humano que se preze, algum dia já ficou horas olhando pro nada, refletindo sobre o propósito da vida; o quanto a vida é efêmera. Os que mais sofrem com isso são os não religiosos, ateus ou céticos, como eu, que por não acreditar veemente em vida após a morte, perdão divino, paraíso e outros afins, indaga-se constantemente: o que virá depois? Os mais espiritualistas acreditam, talvez, em uma vida transcendental, uma espécie de alma, ou fluido energético que rege o mundo metafísico. Os menos espiritualistas aceitam que a morte é nada mais nada menos que a deterioração de um organismo vivo. A partir do momento que não há uma harmonia metabólica entre os tecidos vitais, não há vida, e o que resta é apenas a decomposição. A partir da morte não há mais consciência, não há mais retorno a vida. Acreditamos apenas num fluxo natural de energia, que neste caso, irá do organismo morto para os organismos decompositores e posteriormente para o solo, plantas, animais etc.
Com certeza é o pensamento mais triste, mas é o preço que se paga pelo ceticismo.
Tendo este dogma em minha vida, esporadicamente reflito sobre a brevidade do ciclo vital, sobre o ciclo natural de nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer e morrer; e penso: onde está o prazer neste ciclo? não tem! o prazer é uma invenção nossa. O prazer é um sentimento que não é fundamentado nas leis naturais de vida. A felicidade não é uma obrigação. E penso eu: o que é isso então?O prazer não é nada mais, nada menos que felicidade instantânea. E a felicidade? Em outros séculos a felicidade não era explicada, bem como o amor e outros sentimentos. Só era verdade o que era físico, empírico. Mas a existência do amor, da felicidade, da tristeza é inexorável. São sentimentos que nos acompanham desde nosso nascimento e que, muitas vezes, tornam nossas vidas piores ou melhores do que deviam ser.
Melhor fosse viver por instinto. Apenas comer, dormir, reproduzir e morrer. Algo mais mecânico, sem emoção, sim, mas menos sofrível.Por que nós temos a capacidade de sentir? de ter dores metafísicas? cadê a explicação para os sentimentos? Não tem... anos de reflexão podem não ser o bastante para se desenvolver uma tese sobre isso. Esse é o problema de ser cético. Questionar tanto a vida infundada e quase se enlouquecer em busca de respostas inexistentes.Para não morrer de desgosto, o único jeito é tentar esquecer esses questionamentos e aceitar a condição que nos é imposta: de viver. Viver e curtir os prazeres da vida. Carpe Diem. Tentar ser feliz a qualquer custo para não sofrer mais do que o mundo já nos condena. Continuarmos ignaros quanto ao propósito da vida. Apenas cumprir este ciclo que a nós assiste. E se eu pudesse dar um conselho: acredite no amor.


09 de junho de 2007

6 comentários:

pequena disse...

Poxa Arthur, gostaria que visse minha discreta expressão de confortante alegria no momento por saber qu eu sou " um ser humano que se preze".Volta e meia me pego refletindo sobre essas " dores metfísicas" e desejando nunca tê-las sentido antes.Confesso que também sou um tanto cética quanto a isso, mas eu vou seguir e vou seguir seguindo o seu conselho.

bjos!

deh gouthier; disse...

eu adoro esse! e esse finalzinho é a minha cara, essa frase até é titulo do meu pseudo-falecido fotolog. ;)

ah, sinto muito o sumiço. sumi da internet e depois ela sumiu de mim, mas eu voltei e li tudo. adorei os textos da nossa novata Paula e do nosso enrolado Tchuca. como já disseram, sejam mesmo muito bem vindos! quanto a mim, prometo tentar surgir mais. ;*

Aline disse...

eu lembro desse :)
ainda parece biologia :P

e parece melhor da segunda vez x)

:*

Anônimo disse...

engraçado que um amigo meu disse algo semelhante ontem... seria muito mais fácil viver sem emoções.
mas não seria tão gostoso x)

Anônimo disse...

Já tinha lido esse no seu blog.
E li denovo agora.
Não gosto dele até chegar no final.
Não gosto por que ele me lembra que eu vou morrer louco, desgostoso e de uma maneira desprazerosa.
Mas vou sorrindo.

Anônimo disse...

Aprendi muito