modo de preparo...

domingo, 2 de março de 2008

Caridade

Tenho ajudado todas as sextas uma creche da periferia. É algo muito simples: eu e mais quatro jovens amigos nos dirigimos até lá a tarde e brincamos com as crianças. Elas são divididas em duas turmas: a da tia Elisa (mais grandinhos, de 4 a 6 anos) e a da tia Sílvia (de 2 a 4). Eu eu o Gabriel tomamos conta dos menorzinhos, e levamos sempre uma historinha com fundo moral e um desenho para colorir, relacionado a história.

É uma creche bastante simples, movida pelo voluntariado espírita, que atende 50 e poucas crianças. Todos os dias chegam mães querendo matricular crianças, mas não há espaço. O bairro é pobre, há muitas necessidades e é claro que não podem contar com a política. O que fazemos lá é um grão num enorme saco de arroz que ainda não está cheio (que metáfora idiota!).

Mas estar lá me alegra, ver o rosto da criança feliz me alegra, e isso já é importante. Me deixa muito feliz também saber que muitos jovens como eu estão já inseridos em trabalhos voltunários, como o Pedro Felipe, o Chrystian e outros. Sei que existem tantos outros, mas não o conhecemos pela televisão porque a ajuda voluntária é assim mesmo: um ato silencioso, despercebido, que tem a sua beleza grandiosa na pequenês de sua dimensão.

Convido, hoje e sempre, a todos os que lêem agora estas palavras, a procurarem algum trabalho voluntário. Talvez seja só o acaso que me leva hoje a escrever sobre caridade, e talvez seja só o acaso que levou você, leitor, hoje, agora, a ler estas palavras...

Mas talvez o acaso não exista. Eu particularmente acredito que não... Sempre há motivos por trás das coisas da vida. Não vamos mudar o mundo ajudando tão pouco, mas o objetivo não é mudar o mundo mesmo. É uma maneira de nos sentirmos úteis, só.

Certa vez abri, do nada, uma página do "Minutos de Sabedoria" e lá dizia que quando deixamos de nos preocupar com os nossos problemas (mesmo eles sendo muitos e gritantes) e passamos a se preocupar com os problemas do próximo (seja um familiar ou uma criança de creche), sentimos uma felicidade singela dentro de nós. E essa luz faz nossos probelmas parecer menores e muito mais fáceis do que imaginamos.

Sempre, dia pós dia, nos defrontamos com o nosso eu, e nos perguntamos o porque de, do nada, uma tristeza sem motivos acomodar nossos corações. Ou então, uma raiva por causa disso, daquilo, um obstáculo na vida que parece não ter saída e os caminhos que tentamos solucionar parecem fazer círculos...

Está aí, então, uma dica para resolvê-los. Pensar nos outros. Doar o que podemos, e receber o que mais precisamos. E se você, leitor, não sabe como ajudar, mas tem uma intuição, siga a sua intuição, siga essa voz que aponta um meio de ajudar, e mesmo que pareça improvável, acredite e vá em frente.

5 comentários:

Anônimo disse...

É muito legal o trabalho que vocês fazem nessa creche. =)
Oportunidades para ajudar nunca faltam. Há sempre uma porta se abrindo, e cabe a cada um de nós escolher se vai entrar ou não nela.
Mas que engradece nossa alma e nosso espírito?! Com certeza.

"Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas".

pequena disse...

Sabe Godoy, eu te adimiro muito.E, está certo que você não tem a pretensão de mudar o mundo e,na sua concepção - como você deixou explícito, não muda mesmo,apenas se faz "útil", mas eu discordo: você se lembra que nós já discorremos sobre aquela idéia de que existem 7.2..bilhões de mundos; existem tentos mundos quantos são aqueles que o vêem...etc e tal..então?Você(s) mundam sim o mundo!Mundo(s) esses das crianças que vocês ajudam!

Não prometo muito, mas gostaria de aompanhá-lo em uma de suas visitas..posso?

Chrystian disse...

Ta aí. Hoje, aquela tristeza sem motivos veio me visitar. É engraçado como nesses últimos dias, principalmente ontem, não podia ver alguém necessitando de ajuda que queria ajudar. Mas não pude ajudar nenhum deles (e é incrível como apareceram tantas pessoas). E hoje, ao sentir a tristreza, pensei que, talvez, esse fosse um sinal pra ajudar mesmo. E agora leio esse texto dizendo que 'quando deixamos de nos preocupar com nossos problemas e passamos a tentar ajudar a resolver os dos outros, sentimos uma felicidade singela dentro de nós'. E foi por um acaso que você, Godoy, escreveu isso. Por um acaso, eu li. E por outro acaso essas coisas aconteceram comigo. =x
Sei lá...
Mas esses acasos estão casados demais.
=]

João Paulo disse...

Pode, Paula. :)

Putz, Chrystian! Que massa! :)
Ou, escreve um texto aqui pro blog, qualquer dia desses...

Chrystian disse...

Escrevo sim.
Qualquer dia desses te passo alguma coisa.