modo de preparo...

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mensagem do futuro

Oi. Está me ouvindo? Sei que a gravação está ruim, mas foi o único gravador que eu consegui. Os tempos hoje estão difíceis, muito difíceis. E é por estarem difíceis que eu gravei esta mensagem para você.

Não deve saber quem sou eu, até porque eu ainda não nasci. Sou um cara do futuro. Aqui tá tudo uma desgraça do caramba! Acho que é na sua época mesmo, 2000 e poucos, que a humanidade começou a falar de Aquecimento Global. Sei como é sua história, amigo. O seu presente é o meu passado... Vocês falarão muito sobre o Aquecimento, mas pouco farão para minimizar seus efeitos. O petróleo vai ser utilizado intensamente, e a cada momento ficará mais caro e as disputas por ele mais intensas... Não haverá outra fonte de energia tão rentável! Mais gases tóxicos agravarão o efeito estufa. As temperaturas do Brasil elevarão na casa dos 45, 50 ºC!

Você pode até achar que é impossível... E eu sei que vai achar, porque os cientistas da sua época, os mais pessimistas, não falavam nisso. Mas você sabia que os maiores estudos sobre os impactos foram omitidos pelo FBI? Não é brincadeira não!

O aquecimento prejudicará os gêneros alimentícios... Arroz, feijão, isso tudo vai fica cada vez mais caro, porque a produção vai ficar cada vez mais escassa. E a tecnologia humana não será tão rápida quanto a força da natureza.

A disputa por comida e água levará a uma terceira guerra mundial. E será a guerra mais terrível e descontrolada de todas! Lembra do que Einsten disse? "Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus". Ele tinha razão.

Primeiro os países desenvolvidos - Japão, Alemanha e, principalmente, os EUA - farão ameaças e chantagens... Invadirão o Brasil, os países com grande pecuária e agricultura e tentarão mais uma colonização. Mas, nesta briga, lançarão bombas atômicas uns nos outros. O Brasil também lançará as suas... Mas de nada adiantará. O caos se instalará - será cada um por si. Supermercados e lojas invadidos, procura por água em riachos, o banditismo assolará nosso território. Poucas pessoas sobreviverão...

Hoje, não existe mais nada - Estátua da Liberdade, Cristo Redentor, Torre de Pisa, nada disso. A Floresta Amazônica é hoje um deserto. O Nordeste está debaixo d'água.

Mas você deve estar se perguntando, agora, por que é que eu estou enviando essa mensagem justamente para você, que, com certeza, não conseguirá mudar os rumos das decisões internacionais... Eu lhe responderei no final. Antes, eu quero que você pense na minha situação, na situação da minha família. Tudo está destruído, a comida está se esgotando, assim como a água, e nós sabemos que mais cedo ou mais tarde, morreremos. Eu estou resistindo agora para não desmaiar... Minha saúde anda mau. Mamãe já morreu, papai está definhando... Meu vovô ainda resiste, mas também, com grandes dificuldades.

Vovô hoje falou comigo. Ele estava tão triste... Disse que, no passado, não reconhecia o que era, de fato, mais importante. Queria é se dar bem no trabalho, ganhar dinheiro, ter uma família só pra ele, coisas desse tipo. Hoje, na nossa situação, a gente facilmente descobre o que é a coisa mais importante na vida... Ele, conversando comigo, chorou. E eu não aguentei e chorei junto, porque o arrependimento dele é algo irreparável. Hoje a gente sabe que, praticando sempre o ato de amar, fluidos positivos atingem a todos. As pessoas que amam ficam, de repente, mais felizes e satisfeitas. E a energia é emanada num raio de 200,36 metros (Lei de Felix - caiu no meu vestibular)... Se as pessoas tivessem mais amor, não teria eclodido a Última Grande Guerra. Cada ato de amor praticado faz uma flor mais colorida e um pássaro cantar mais alegremente, isso vai ser comprovado cientificamente, e você saberá disso mais tarde, pode ter certeza...

Pensando na tristeza do vovô, consegui recuperar uma máquina do tempo, e envio-lhe hoje esta mensagem. Peço que você aproveite a vida com amor! Dinheiro só é necessário para satisfazer as necessidades básicas... Pratique o bem! Sempre! A humanidade percebeu isso tarde demais... Muita gente brasileira está, hoje, reunida nesta caverna aqui em Goiás (o centro-oeste é hoje o lugar mais seguro). Todos eles sabem que eu estou lhe enviando esta mensagem. Acho que chegará sim na suas mãos. Temos fé que sim. Meu vovô quer muito que dê tudo certo, que a mensagem chege até você.

Até porque, não sei se ainda percebeu, mas o vovô de quem eu falo é você...

Se você mudar aí, quem sabe o futuro não muda também? É provável que sim. Praticando o amor... Mesmo que você pense: "Isso não vai mudar o mundo, só o meu mundinho", acredite que a felicidade é emanada e distribuída para todos, por forças que nem nós do futuro não entendemos muito bem.

Aproveite a vida deste jeito, vôzinho novo. O vôzinho velho aqui agradece. Todos nós confiamos em você. Espalhe esta mensagem. Mude o futuro! Ame a vida: dos seres-humanos, dos animais, das plantas... Cuide do planeta. Ame, ame sempre! Seja feliz!

Não há nada mais importante que isso...

Beijo, vôzinho novo.

Até breve.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

(Que) O Tempo (em ) suma!

( ...ou não).


É todo ano é assim vai chegando ao fim e feito filme acelerado vamos relembrando o que é passado que passamos distraídos pela distração maior em construí-lo Não damos conta do tempo Não damos conta do nosso Não damos conta de todo paralelo

Primeiro dia do ano letivo foi prefácio Começo é só (no) carnaval Mas não faz mal não faz mal Memória falha Memória seletiva Vejamos o que agora me abriga ( mundi nacio e pessoal )
São seis horas ai meus deus não demora vamos lá Terça –feira que beleza põe suas coisas naquela mesa Novas caras nova gente Sim estou contente Toca sirene toca o sinal – até que aula está legal
Penso imito como corro e durmo penso repito como corro e durmo penso copio como corro e durmo

Alô alô uma amiga se calou Amor veio amor foi pelo meu próprio medo de amar que o tomou

Maria Maria finalmente no morro no palco nasceu depois de exatos nove meses dentro “de eu”

E Nense VENce a copa do Brasil

O João Hélio coitadinho e meu Rio de Janeirozinho(!!?)

Calma calma o espetáculo já vem Paaaaaaan(!) pan pan pan pãããn
Maracanã lotado bronze prata e ouro

Escreve que passa escreve que guarda escreve ( com verve)
pra quê
já que um dia vou morrer Escrevo pro “Mundo” descrente de resposta
Aguarde que o que virá depois você gosta

No céu vivi sonhando devaneio meu voltei ao chão com um tal de um avião Tam(!) Pá pum ploft crack sock Caramba fogo é incêndio criminoso - no planalto que catinga que fedor com certeza é algum mais de um
senador

Ora que calor
É o aquecimento global caros estados amigos (desunidos) que chegou

Crise financeira
alguém engasgou o mundo tossiu e no mercado imobiliário cuspiu

Sonho realizado ano próximo será
“au revoir”

Quantos aniversários quanta gente morreu de morte morrida de morte matada de fome de (des)amor Quanta gente nasceu que eu nem sei nesse mundo meu(?)
Quantas greves quantas lutas quantas histórias se fizeram
Casais formaram-se separaram-se brigaram voltaram

Vinte anos de césio

Não
Tirem daqui esse flash Concurso passou mas ainda sou
E sendo
serei
humana torta e imperfeita
Não quero
não preciso de nenhuma foto refeita

Quantas lágrimas quantos goles quantas dores quantos risos
Quantos beijos quanto (des)afeto Quantas reconciliações Quantas palavras quantos silêncios
Quantos filmes quantas peças quantos livros

Eba eba chegou a chuva

Ciranda Chaves Lula Bush Sarkosy...

Queimadas enchentes encheram meu peito solidário inerte

Da ponte “caiu” uma menina
só que ela acabou indo lááá pra cima E no Pará aquela garota
de quinze anos
onde foi parar(?!)

Reivindicações aonde foram vocês estou aqui ainda tentando dizer “é a nossa vez”

Amigos queridos boa sorte no vestibular
ele afinal
grande motivo do nosso ser/estar

É
de cansada
não consigo mais lembrar de nada

Mas agora sim com o ano ao fim podemos parar pensar e respirar ,

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Abraço em grupo!

Companheiros de blog, tive a idéia de fazer um texto em grupo. Cada um de vocês deve deixar uma marca neste texto. Eu sei que normalmente os textos são atos solitários, mas este pode ser diferente... Que tal?

Então eu pensei em fazer uma pergunta para cada um de vocês. Eu deixo a pergunta aqui, daí quando vocês acessarem o LcT, vocês "editam" o texto e escrevem a resposta de vocês. É como se fosse um abraço em grupo no leitor! :D

Beleza!? Então vai lá!

Abraço em grupo!

João Paulo: Aline, o que são as cordas na Teoria de Tudo (além de objetos extensos unidimensionais)?
Aline:
Poxa vida João Paulo! Você está me perguntando sobre física? oaiueoieuoaiueoaiea. Quando eu escolhi este nome, eu não sabia direito o significado até o meu professor de física confundir ainda mais a minha cabeça, e isso me levou a pesquisar. Não que eu tenha entendido tudo (até parece, física? ¬¬), mas eu tive uma idéia melhor. Como você leu, teoria das cordas é uma teoria que pode vir a ser uma teoria de tudo, interligando várias, se não todas as teorias da física, onde uma explicará a outra, mais ou menos como cordas amarram uma coisa à outra. Embora muito interessante, ela não pode ser testada ainda, então é apenas uma hipótese. Fazendo agora uma chave para o nome do blog, me veio à cabeça que este poderia sim se tornar uma teoria das cordas: hipóteses e teorias ligadas umas as outras que explicariam de tudo um pouco. Faz sentido? Gostei da pergunta. ;)

João: Arthur, você acredita em Deus? E se Deus for somente energia?
Arthur:
Não acredito no Deus católico, tampouco no Deus cristão. Não acredito em anjos, céu, inferno, vida pós morte, orações, moisés, milagres e santos. Não acredito hoje, na realidade em que estou vivendo. Isso não quer dizer que eu não possa vir a acreditar um dia. Não diria que sou ateu, apenas agnóstico. Não acredito pois ainda não me provaram que algum dos mistérios que citei acima existem.
Os biólogos tendem a ser ateus/agnósticos/céticos/blablabla, pois os avanços tecnológicos e o estudo da vida desmistificam muitas páginas em branco dos questionamentos que muitos fizeram sobre a vida, as divindades e Deus. Porém muitos concordam que seria impossível a evolução da vida dar-se por si só. Acreditam que foi preciso um 'direcionamento divino'. Portanto, mesmo não sendo cristãos, muitas pessoas ainda crêem nessa energia majestosa que rege não só o planeta Terra e os seres humanos como seu principal foco, como os católicos egoístas pensam (desculpem-me católicos), mas toda a imensidão escura e misteriosa deste Universo do qual somos apenas uma molécula. No orkut isso seria algo como "tenho um lado espiritual independente de religiões", e é a filosofia (posso dizer assim?) a qual tenho mais simpatia. Tenho certeza que não vou viver sem crença o resto da vida. Todos nós precisamos de uma 'meta' para viver. Uma ideologia a qual seguir. E confesso que quero achar logo uma, pois continuo achando horrível a idéia de morrer.

Godoy: Déborah, qual é a coisa mais bonita do mundo?
Déborah:
A coisa mais bonita do mundo não existe. Existem as coisas mais bonitas do mundo, no plural. Um sorriso, uma criança ou uma canção. Um amor, um livro ou um céu cheio de estrelas. É pai, mãe e irmão. É uma cachoeira, é água fresca quando se tem sede, é sol com chuva e arco íris. É amigo junto. É cama quentinha e leite com toddy, por favor. Ou talvez, a coisa mais bonita do mundo seja acreditar que existam coisas suficientemente bonitas pra serem as mais bonitas. Acreditar que exista o amor. Um amor exato, que complete. Não necessariamente um amor desses de menino/menina mas amor de gente pra gente. Um amor assim.. desses que você fala fala e não sai do lugar porque você sabe que não tem definição. Não sei. Num tinha uma pergunta mais fácil, João?

João Paulo: Tchuca, quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?
Tchuca:
O ovo e a galinha é uma referência a um dilema de causalidade que surge da expressão O que veio antes, o ovo ou a galinha?. Considerando a galinha nasceu do ovo e o ovo foi colocado pela galinha, é difícil determinar o responsável pela criação original.

Pode-se dizer que o ovo veio primeiro, já que os répteis, animais ovíparos, surgiram antes das aves (no caso, as galinhas). Mas se o paradoxo refere-se ao ovo de uma galinha, deve-se saber então a partir de que "ponto" as aves pré-históricas podem ser consideradas uma galinha, já que a galinha não surgiu do nada, e sim evoluiu de uma forma mais antiga de ave.

João Paulo/Godoy: Paula, o que é mais importante: medo ou coragem?
Paula:
Diria que é a coragem,embora o medo me habite todas as manhãs nesta minha ação de viver.Medo do futuro,do imprevisível,do incerto, medo do julgamento alheio,medo do amor( sim, acreditem- do amor!), medo de amar, medo da entrega, medo da perda, mas por mais estranho que pareça, não tenho medo da morte, porque a morte, de todas as certezas desta nossa morada, é a MAIS certa,por isso, é para mim a mais segura e não é justamente insegurança que gera o medo?!
Todos nós vivemos com medo, aliás, corrijo: vivemos de medo.É ele, ao lado do amor incondicional,a engrenagem do mundo e quem impulsiona em nós a coragem, portanto, vivemos com, (de) medo, mas seriaimpossível "o viver" sem ele.
"O que a vida quer da gente é coragem".Acrescento: para que haja coragem é antes necessário o medo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Como(?)

Nota da blogger: O texto, quero dizer, o poema que aqui segue foi feito há algum tempo.É um assunto que muito desperta a minha atenção , por inúmeros motivos: já vi de perto este "mal" (e em mais de uma situação );e me dediquei a sua pesquisa e entendimento quando montei certa vez um sketch de teatro, com o nome de "A bela e a Fera " que nunca chegou a ser encenado.Muito me preocupa, não só por ser classificado como uma doença ou um distúrbio, mas por ser fruto, entre tantos outros( além de fatores parentais, sexuais,de construção de identidade,afetivos e etc) ,de uma sociedade cada vez mais tendenciosa ao consumo compulsivo e à ilusão de que existe um ideal de plenitude e perfeição no qual o ser humano não apresenta nehum vazio sequer ( literalmente).Então faço o apelo para que reflitam sobre esta e outras questões parecidas, aí vai:



Como(?)

Como?
Como.
E como...
Como pois tenho fome de alma.
Como pois não como amor,mas como...?
Como (é) a ansiedade, ma(i)s como mais angústia.
Como a ansiedade?
Como?!Não como mais com(o) com gosto.
Como porque não como naquilo que seria na cama.
Como como quem pulsa,compulsa,compulsão.
Como mesmo como quem sabe- não consciente no momento-que é assim como comete-se.
Como como quem culpa.E levo ,(e) como (,) sinto a culpa.
Como.
Regurgito desespero,drástico,flagelo.
Como?!
Como.Como?!
Porquê?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Texto de despedida

O texto que se segue eu escrevi para ler lá na minha sala. Era para ser lido na aula de redação, mas como a professora não foi eu li na aula de física mesmo. Faltavam dois dias para a primeira fase do vestibular da UFG. ---------------------------------------------------------------------------------------------------


Texto de despedida

Meus amigos, companheiros de sala, companheiros de luta, o fim está próximo. Alguns cloegas já mencionaram, da maneira criativa e particular deles, todas as peculiaridades que uniram, de alguma forma, nossa sala tão cheia de diferenças. Domingo agora já é a prova. Na semana seguinte, não existirá o 3ºE como o conhecemos – estaremos dispersos, juntos com os outros terceiros, compondo novas salas, que continuarão a seguir o caminho, tão próximo do fim. Virá então a segunda fase da UFG e, assim, teremos alcançado a linha de chegada.

Mas, como diz o ditado, “A linha de chegada de um caminho é a linha de partida de outro”. Olhemos para frente... Passaremos, se Deus quiser, no vestibular. Então entraremos na faculdade, e os nossos caminhos definitivamente tomarão rumos diferentes. Não nego que, ora ou outra, por acaso, nossos caminhos irão se cruzar — naqueles momentos em que exclamaremos “Nossa, você por aqui!” ou algo do tipo. Porém nos despediremos com um “Até logo” e continuaremos a seguir, sozinhos, nossos caminhos.

Depois de alguns anos, vamos formar. Arranjaremos empregos, um melhor que o outro, e ganharemos cada vez mais. Poderemos sustentar nossa família, educar nossos filhos. Enfim, vamos ser felizes, como sempre acreditamos. Não é?

Acho que não. Sinceramente, acho que falta alguma coisa... E até por isso, escrevo este texto. Este texto é um alerta para que repensemos nossos objetivos futuros. Existem outros tópicos que devem ser incluídos, para que de verdade sintamos realizados no futuro. E basta olhar atentamente ao nosso redor, nas nossas ruas, nos nossos sinaleiros, nas nossas escolas públicas, que vocês entenderão os outros tópicos dos quais eu falo...

Há um mundo lá fora que clama por ajuda. A gente sabe que existem inúmeras diferenças sociais que abalam o Brasil, já estudamos isso em Geografia. Sabemos inclusive as causas antigas de tanta desigualdade, porque isso faz parte do programa de História. Já escrevemos, em várias redações, que “as desigualdades sociais que abalam o Brasil são gritantes” ou algo do gênero, e fomos elogiados por isso. Agora, estamos entrando na faculdade, prestes a receber conhecimentos específicos do nosso curso, prestes a entrar no mercado de trabalho e em contato direto com várias pessoas da sociedade. Podemos modificá-la, para melhor ou para pior...
Penso que devemos utilizar nosso conhecimento a serviço não só da nossa vida, mas da vida dos outros, daqueles que precisam de ajuda.

Peço para o meu amigo que será professor de História, meus amigos que serão professores de Biologia e de Educação Física, peço que vocês não abandonem o colégio público quando vier uma oportunidade de emprego com melhores salários, porque os pobres garotos de lá precisam de profissionais bons como vocês. Peço para os meus amigos médicos e psicólogos, quando verem bater a porta de seus consultórios pessoas necessitadas, sem nenhum plano de saúde, desesperados por ajuda, que vocês estendam-lhe as mãos, mesmo que vocês não recebam nada por isso.

Peço para meus amigos engenheiros respeitarem os seus peões de obras, que seguirão exatamente aquilo que você pedir. Eles são seres-humanos, tem família, são iguaizinhos a gente — a única diferença é que ele não teve oportunidade de estudar, e você sim. Peço para meus companheiros de curso, meus amigos juízes, promotores, que vocês vejam nestes salários de 10 mil reais não uma maneira de acumular dinheiro e viajar para outros países, mas uma maneira boa de ajudar os outros, sustentando creches, abrigos, ONGs, ou, quem sabe, criando a sua própria ONG! Pode ter certeza de que eu estarei lá, na inauguração...

Meus amigos jornalistas! Não exponham apenas críticas em seus textos. Dê soluções! O governantes precisam de suas sóbrias opiniões. Meu amigo publicitário, não use a sua criatividade apenas para vender o produto de uma empresa e deixá-la ainda mais rica — use-a também divulgando pequenos projetos filantrópicos que precisam de doações e devem ser conhecidos.

Desejo, acima de tudo, sucesso para todos. Que nós guardemos para nossas vidas essa energia boa, alegre, emanada quase todos os dias por nós mesmos em berros do tipo “Gay, gay, gay...” ou “Haaanz!”. Percebam que é isso que faz unir toda a sala! Mesmo sendo algo meio mongol, é isso que semeia nosso cotidiano enfadonho com alegria — porque a alegria é simples e boba assim mesmo. Não deixemos isso guardado num álbum de fotografias, levemos isso para nossas vidas, transmitindo essa energia boa para todos ao nosso redor — a família, os colegas de trabalho, as pessoas que vamos ajudar...

Chega a hora de nossa despedida. Foi muito bom tudo isso, todo o cansaço, a luta, a alegria, a paciência em ouvir minha voz cada vez que eu lia um texto, muito obrigado. Mas não fiquemos olhando para trás, dizendo “Como foi bom...”. Vamos olhar para frente, e dizer “Vai ser ainda melhor”. Porque o futuro, o futuro desse Brasilzão bonito mas ao mesmo tempo tão feio, esse futuro é nosso. E, portanto, de nossa responsabilidade.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

começo do fim

Eu sempre arrumo um tempo pra fazer umas arrumações, doar algumas coisas, jogar uns papéis fora, mas dessa vez foi caprichado. Sei lá. Eu precisava dar um limpa pra começar tudo do zero. Sabe como é, fase nova, vida nova! Tá certo que ainda num tem nada definido e que a gente num sabe o que vai ser das nossas vidas no ano que vem mas eu já sou uma universitária. Sou, sou mesmo, matrícula feita e tudo. E isso significa o quê? Significa que acabou.

Eu não consigo ter essa visão positiva de que começou. Não, não. Acabou mesmo.
Acabou a fase mais bonita que se deve haver. Tábom, eu também não sei do futuro e não desprezo nenhum pouco minha infância porque ela teve um milhão de nuvens e cores, mas se há alguma coisa inquestionável até aqui é que isso que a gente convencionou chamar de ensino médio é uma coisa bonita de se ver. Daqui pra frente a gente não acredita mais nos outros como acreditou até agora, seu amigo da faculdade pode ser seu concorrente num concurso ou na disputa por um emprego e ele vai te dar um chute na bunda assim que tiver a oportunidade. Já posso ver daqui a cara de desaprovação do Godoy. Ele diria: larga de ser pessimista, menina! Mas não é pessimismo não. Eu duvido, duvido mesmo que as coisas sejam metade do que foram até aqui.
Além do quê, será que um dia eu consigo voltar mesmo pro teatro? E será que eu vou sorrir do mesmo tanto com o Arthur morando longe? Será que eu vou mesmo aprender tudo o que eu acho que vou? Como é que eu vou fazer sem as aulas a tarde e de sábado e as aulas que nunca existiram mas que eram a melhor mentira da minha vida? Será que vai existir um outro professor que use AllStar rosa choque? Como é que vai ser não estudar mais com a Nana, depois de sete (SETE?!) anos juntas todas as manhãs? Como é que eu vou fazer sem as piadinhas repetidas do Kamel? E como é que eu vou viver sem aqueles pestes, sem aquelas mesmas companhias de três anos inteiros, dentro e fora da escola? Como é que se faz? Como é que se cresce?!

Não é que eu queira estagnar. A gente passa o tempo todo sonhando em chegar aqui. Mas e quando chega? O jeito é caminhar pra frente mesmo, voltar é ridículo e até cruel. Cá estamos e de cá seguiremos. Juntos, separados, encontrando-nos e desencontrando-nos umas milhares de vezes da gente mesmo e dos outros. Acho que vai chegar um tempo da gente querer voltar pra cá, mas também não vai dar. O caminho não tem setas indicando retorno, só setas indicando que se deve ir pra frente e pra frente e sempre e sempre até que o caminho acabe.

Ou quem sabe até, daqui uns anos eu faça outro limpa desses, e jogue tudo isso fora de vez.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Ensaio sobre a amizade.


Ok, depois do apelo do Arthur resolvi dar pança na Déborah (e que pança hein?). Na verdade eu tinha dado esse texto pro John postar no blog dele. Aí usei o velho truque do ctrl c/ctrl v e agora o blog tem texto novo. Bom apetite.
Quem nunca se flagrou refletindo sobre o amor ou a amizade? Numa aula qualquer ou quem sabe até em alguma discussão filosófica, dessas que fazemos de madrugada, todo homem sobre a Terra já deve ter questionado a si próprio sobre essa tão confusa abstração mundana. Mundana mesmo, e não humana, pois até os animais são adeptos dessa corrente comportamental tão estranha, não é a toa que o cachorro é dito como o melhor amigo do homem.
Mas voltando ao questionamento inicial, digo isso por experiência própria. Eu mesmo já perdi, ou ganhei horas da minha vida concentrado nesse conceito tão complexo no qual se baseia a amizade. No entanto, nunca obtive progresso nessa indagação que diz respeito ao amor.
Se bem que de uma coisa eu desconfio: todos os sentimentos são convergidos num só, a amizade. Totalmente ausente, a amizade caracteriza o ódio. Em abundância e combinada ao desejo sexual, forma o amor e assim por diante. Mas mesmo sabendo disso, infelizmente, nossa espécie se encontra no marco inicial de uma escala gigantesca no que tange a evolução intelectual. Se por um lado nos julgamos espertos ao ponto de questionarmos a nossa origem, nosso universo e até o conceito do “certo-errado”, por outro não sabemos nem por onde começar a solucionar tais incógnitas.
Apesar disso, creio sinceramente que somos capazes de resolver a dúvida dos sentimentos, afinal, sentimentos se situam no campo metafísico, desprovidos de explicações científicas convincentes, logo se tratando de uma questão de opinião.
Assim, depois de muito refletir acerca do assunto, me acomodei à seguinte posição: sentimentos são inexplicáveis, são apenas… sentidos. É por isso que não devemos policiá-los nem tentar explicá-los. Inclusive, é importante que paremos de pensar com o cérebro e comecemos a pensar com o coração sempre que estivermos envolvidos em questões sentimentais. São todas essas emoções que movem o homem e o motivam a viver mesmo diante de toda a sua ignorância e pequenês em relação ao universo. São elas que te fazem querer passar momentos junto a algumas pessoas ou querer evitar outros momentos junto a outras pessoas.
Por fim, não posso deixar de terminar essa longa e humilde opinião com um conselho bem cliché: sinta e viva sem vergonha do que te faz feliz porque ter medo do que te faz bem é que é uma vergonha.

intervalo

Caros leitores e amigos de blog,

É certo que não queríamos deixar o blog sem textos por mais de um dia, mas mesmo tendo 6 redatores às vezes isso acontece.
Neste momento, acredito que o motivo é claro: cinco dos que escrevem aqui são vestibulandos e os processos seletivos já começaram em boa parte do país. As primeiras provas do Universidade Federal de Goiás começaram e, muitos aqui estão envolvidos com resultados, apreensivos e começando a pegar as aulas para a segunda fase.
Confesso que estou em situação semelhante, mesmo não tendo passado para a segunda fase da Unicamp, ainda tenho três vestibulares pela frente.
Só não queria que o blog ficasse muito tempo parado.... espero que tentem tirar um tempinho do dia para postarem aqui, mesmo que seja um texto pequeno ou já redigido outrora.
Não deixemos o toddy vencer =]

=**

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ritual de passagem

É noite.Escuridão.Se estão na escuridão e receberão em breve " a luz"?Não sei.Brasil adentro,mata,floresta.É noite;céu estrelado ( seriam mesmo as estrelas os curumins fartos de bolo de milho que que subriram pra o topo do céu em cipós pregados pelos colibris, assistindo suas mães virarem onças?).É data de festa.Cocares coloridos, dos mais diversos significados,corpos adornados,pinturas tatuadas.Canto,dança.Os olhos anciosos cochicam, mas ninguém ousa dizer uma palavra sequer.O Cacique se pronuncia.Está imposto o desafio.Após o claustro (para as meninas, a menarca também), menino hoje vira adulto.
É noite.Grécia antiga.Esparta.Mulheres gritando,crianças chorando.Saques,estupros,roubos,pilhagens,assasinatos e fome.Em nome da honra,em nome do pai,em nome da pátria.Menino hoje vira adulto.
É noite.Mãe África.Raça,força,resistência.Começa a caçada.Menino hoje vira adulto.
É noite.Cabaré,bordel , puteiro.Muita cerveja.Algum país europeu.Gritaria,vozes altas, espíritos alterados.Menino hoje vira homem.

Foram noites.Foram dias também.Três anos.Noventa questões.Quatro horas.Meninos hoje viram adultos?
Convencionou-se que, na nossa sociedade o vestibular é um ritual de passagem.Significa a conquista depois de muito esforço, depois de muito suar.Significa a perspectiva de um libertação seguida de uma vida nova, que já traz consigo uma série de novas regras e limites também.Significa o início de uma tão sonhada independência financeira e a iserção num concorido e frenético mercado de trabalho.Signica saber " se virar" .Falhar o vestibular é como fracassar no ato de viver, pois por muito tempo viveu-se para ele.Pobres aqueles que pensam assim.
Acredito muito mais que a "adulta idade" venha a ser a consciência do seu papel no mundo.A consciência de si e da sua causa na vida de seus próximos.O vestibular é apenas conseqüência.
Todavia, não posso negar sua existência e, enquanto não chega a minha vez ( não que eu a anceie,muito pelo contrário, chego até a retardá-la), escrevo hoje aqui com uma única intenção: desejar boa sorte para quem em breve o enfrentará.

Capitalista

Sou mesmo, e daí? Não ligo se você acha egoísta da minha parte, mas sou capitalista e pronto! Como te parece a idéia de comprar um sorriso? A mim agrada, ainda mais se for com outro sorriso. E a idéia de financiar uma ajuda, e pagar quando puder? Idéia particular inalienável, liberdade de contrato e de dispensa, lei da disponibilidade e da necessidade, exagero de opções. Resultado: Difença. O capitalismo gera maior riqueza (cultural, ideal, intelectual, opcional, diferencial) para a sociedade, e, os comunistas que me perdoem, mas que graça há em ter as mesmas coisas? Prefiros ter meus próprios sonhos, meus próprios ideais, minhas própias metas, meu próprio rumo, ter pessoas diferentes, ser pessoas diferentes, ter vários rostos, várias desculpas, várias noções de errado que parece certo e de certo que parece incomum e de incomum que parece comigo. Prefiro ter prateleiras de abraços dos mais caros e de palavrões dos mais baratos em supermercados 24hras, à palavras ditadas e sugeridas em horários pré-determinados e preços pré-estabelecidos por quem quer saber mais da minha vida do que eu mesma. Pus minha vida em liquidação. É de quem chegar primeiro. É de quem levar os sorrisos, os abraços, os palavrões, os sonhos, os rumos, e pagar à vista, sem direito à troca nem devolução. Peça única, graças ao sistema. Portanto, sim, sou egoísta, individualista, idealista. Sou só capitalista.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hedonismo

Queria postar algo novo, mas já vou escrever dois textos hoje (que infelizmente não têm nada a ver com o LcT), há muito o que estudar e preciso dormir um pouco também. Por isso, num imenso ato de preguiça, posto aqui um texto que já havia publicado no meu blog.
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Todo ser humano que se preze, algum dia já ficou horas olhando pro nada, refletindo sobre o propósito da vida; o quanto a vida é efêmera. Os que mais sofrem com isso são os não religiosos, ateus ou céticos, como eu, que por não acreditar veemente em vida após a morte, perdão divino, paraíso e outros afins, indaga-se constantemente: o que virá depois? Os mais espiritualistas acreditam, talvez, em uma vida transcendental, uma espécie de alma, ou fluido energético que rege o mundo metafísico. Os menos espiritualistas aceitam que a morte é nada mais nada menos que a deterioração de um organismo vivo. A partir do momento que não há uma harmonia metabólica entre os tecidos vitais, não há vida, e o que resta é apenas a decomposição. A partir da morte não há mais consciência, não há mais retorno a vida. Acreditamos apenas num fluxo natural de energia, que neste caso, irá do organismo morto para os organismos decompositores e posteriormente para o solo, plantas, animais etc.
Com certeza é o pensamento mais triste, mas é o preço que se paga pelo ceticismo.
Tendo este dogma em minha vida, esporadicamente reflito sobre a brevidade do ciclo vital, sobre o ciclo natural de nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer e morrer; e penso: onde está o prazer neste ciclo? não tem! o prazer é uma invenção nossa. O prazer é um sentimento que não é fundamentado nas leis naturais de vida. A felicidade não é uma obrigação. E penso eu: o que é isso então?O prazer não é nada mais, nada menos que felicidade instantânea. E a felicidade? Em outros séculos a felicidade não era explicada, bem como o amor e outros sentimentos. Só era verdade o que era físico, empírico. Mas a existência do amor, da felicidade, da tristeza é inexorável. São sentimentos que nos acompanham desde nosso nascimento e que, muitas vezes, tornam nossas vidas piores ou melhores do que deviam ser.
Melhor fosse viver por instinto. Apenas comer, dormir, reproduzir e morrer. Algo mais mecânico, sem emoção, sim, mas menos sofrível.Por que nós temos a capacidade de sentir? de ter dores metafísicas? cadê a explicação para os sentimentos? Não tem... anos de reflexão podem não ser o bastante para se desenvolver uma tese sobre isso. Esse é o problema de ser cético. Questionar tanto a vida infundada e quase se enlouquecer em busca de respostas inexistentes.Para não morrer de desgosto, o único jeito é tentar esquecer esses questionamentos e aceitar a condição que nos é imposta: de viver. Viver e curtir os prazeres da vida. Carpe Diem. Tentar ser feliz a qualquer custo para não sofrer mais do que o mundo já nos condena. Continuarmos ignaros quanto ao propósito da vida. Apenas cumprir este ciclo que a nós assiste. E se eu pudesse dar um conselho: acredite no amor.


09 de junho de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Frase do dia

Existem textos grandes e textos pequenos. Hoje publico um texto pequeno. Eles são vantajosos porque são objetivos: contém poucas mensagens. Neste caso, conterá apenas uma, porque quero mostra-lhes apenas uma única frase (que não é minha). Faço isto em função da importância desta mensagem, que não pode estar mergulhada em tantas outras, como costumam aparecer as idéias em meus textos...

A frase que publico hoje vai para as pessoas de bem.

"Para o mal triunfar, basta que os homens de bem não façam nada"

domingo, 11 de novembro de 2007

Grafologia


Olha que legal esse teste que eu achei na net.

http://istoe.terra.com.br/istoedinamica/testes/grafologia/index.asp

Segundo Julia Layton, quando alguém é suspeito de um crime e uma das provas é um bilhete manuscrito, os investigadores podem chamar um especialista em caligrafia para resolver a questão. A análise de um documento escrito é uma das bases legais para a identificação forense de um indivíduo. Em alguns casos, pode ser justamente a prova que faz com que o suspeito seja acusado e até mesmo condenado.

Mas só uma coisa: e quem escreve com letra de forma que nem eu? Pelo jeito vi que, apesar de perder nota em redação, fico menos sujeito a ser pego pela polícia em testes de grafologia... Se bem que eu fiz e até deu certo. Vocês querem saber como eu sou? É claro que eu não vou dizer. Ou acharam que eu ia revelar minha personalidade tão fácil assim?

A fantástica fábrica de dinheiro


Nota: bom, primeiramente queria pedir desculpas pela falta de essência humana no meu humilde texto. Na verdade, isso é só uma crônica com tema livre que a rose pediu e, eu, na minha usual falta do que fazer durante as aulas de exatas, escrevi de qualquer jeito. Alilás, nem sei dizer direito se é uma crônica mesmo. Acho que não. Mas como precisava postar alguma coisa aqui antes que fosse expulso do blog, taí. E pra começar, nada melhor do que debutar com um tema que é o meu favorito: futebol. Também não sei se o blog tem algum padrão sem fotos e tal. Acho mesmo é que não deveria ter (se tiver, provavelmente serei repreendido e prometo que no próximo venho com traje social). Pra finalizar, gostaria de clamar por indulgência em virtude da falta de densidade do meu artigo. Não me considero tão “Cult” e sou, digamos, o açúcar misturado nesse leite (sem piadas com a minha condição física, por favor). Enfim, se mesmo depois de tudo isso, vocês quiserem ler, Boa leitura!

Recentemente, fui cercado por uma breve discussão sobre o futebol e todo o dinheiro movimentado pelo mesmo. Entretanto, Aminha paixão por este esporte não permitiu que as minhas reflexões sobre tal assunto fossem tão breves quanto à referida discussão.
Muitos se posicionam contra, de uma forma geral, os esportes “milionários”, que deixaram de ser simplesmente jogos para se tornarem verdadeiras empresas. Recentemente, o primeiro ministro da Inglaterra, Gordon Brown (foto), afirmou que os salários recebidos por jogadores como o zagueiro John Terry (foto), capitão do Chelsea e da seleção inglesa eram obscenos. Só que quem paga esse “dinheiro absurdo” é o próprio Chelsea, na figura do magnata russo-britânico Román Abramovich, que se sustenta pelo próprio futebol. Será que o ministro parou pra pensar que, ao contrário de Terry, o seu também oneroso pagamento é pago com dinheiro público? Ou pior ainda, que a inútil família real leva ao palácio de Buckingham uma quantidade ainda mais obscena do que o salário dos grandes astros do esporte, paga pela população inglesa, inclusive pelos jogadores e clubes? Pelo visto não é só no Brasil que os políticos falam sem pensar.

Mais ou menos como premier inglês, pensam outras pessoas que tentam boicotar o futebol devido às gigantescas cifras giradas por pessoas, geralmente, desprovidas de estudos, ao passo que outras bem melhor instruídas ralam mais para ganhar menos. É aquela velha temática da inversão de valores que assola o Brasil e o mundo. Porém, como sabemos, isso não se restringe ao futebol (basta questionar a razão pela qual um policial rodoviário federal recebe, em vários casos, mais do que um professor universitário, sendo ambos funcionários públicos). Além disso, o dinheiro movimentado pelo mundo dos esportes não é retirado de nada do que não seja o próprio esporte (ou do bolso de seus ricos cartolas) através de renda com público, direitos televisivos ou patrocínios. Muito pelo contrário. Todo esse contingente movimentado até gera fundos para o estado na forma de impostos. Peguemos como exemplo o já citado Román Abramovich. Perseguido na Rússia devido a um escândalo com as estatais soviéticas, Abramovich fugiu para a Inglaterra e conseguiu “comprar” cidadania inglesa por causa do dinheiro que movimentaria no Reino Unido com seu clube de futebol, o Chelsea FC (aliás, um de seus mais rentáveis negócios).


Essa história ganhou mais um capítulo com a recente nomeação do Brasil para sede da copa do mundo de 2014. Já existem comentários de todos os jeitos. Todavia, advêm de pessoas que sequer fazem idéia do lucro que uma copa do mundo gera (é o evento esportivo mais assistido no mundo todo, com cerca de três bilhões de expectadores, seguidos pelos Jogos olímpicos e pela copa do mundo de Rúgbi), na última edição, a copa arrecadou mais de dois bilhões de dólares. Mas isso é assunto para um outro texto sobre a copa que farei quando esta temática estiver melhor digerida pela população.


O fato é que algumas pessoas sentem inveja do dinheiro existente nos esportes mais populares como o futebol, o rúgbi ou a fórmula 1, e os criticam sem um conhecimento prévio. Ainda por cima, cobram dos esportistas coisas que são obrigações governamentais, como caridade, apesar de que muitos o fazem, como os tetras-campeões Raí e Leonardo, que mantêm a fundação “gol de placa”. Enfim, beira a estupidez boicotar essas verdadeiras fábricas de dinheiro enquanto o trabalho que elas executam é saldo positivo para todos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Quero mais ( é) ser humano

Considero-me, e há quem me considere também, uma garota de muita sorte. Se preferirem: de muitas virtudes. Engraçado, Jean Cacteau dizia que somos obrigados a acreditar na sorte, afinal, sem ela, como explicar os sucesso das pessoas que detestamos?Não tenho nenhum inimigo declarado, nem ninguém nunca afirmou me detestar ( mas não seria de todo ruim ,já que todo sentimento negativo é alguma forma torta de admiração disfarçada), com exceção de mim mesma -sim, tem dias em que me odeio. São dias em que geralmente acordo mau humorada,em crise existencial ou quando ajo por algum impulso bobo que se reverte em algo do qual acabo me arrependendo.

Penso que uma das aspirações que a maioria das pessoas neste reino que; já não tenho tanta certeza se é “de Deus”( ou sei lá de quem), devido às mazelas e feiúras que o dominaram; é o reconhecimento alheio. Reconheço... que REconhecimento vindo do “ outro”é realmente algo muito gostoso. Principalmente em tempos que a imagem que esse “outro” faz de nós se tornou tão importante para nos constituir. Até aqueles sujeitos que se dizem não se importarem com o que o resto pensa, agem buscando agradar às expectativas dos outros ( que amam ou gostam), e nelas se satisfazem. Quando não atingimos esse objetivo,somos tomados por um agonizante sentimento de frustração .É como se tivéssemos relativizado as expectativas e desejos dos outros a nosso respeito ( sejam eles os pais que querem um filho exemplar,professores que aguardam excelência de seus alunos,namorados que querem parceiros sempre bem humorados,inteligentes,bonitos e simpáticos,amigos que imaginam amigos compreensivos e passivos ...etc,etc..), e transformado estas em nossos próprios desejos,abrindo mão dos verdadeiramente nossos!Como então existimos, se há quem acredite ser o desejo o próprio sujeito?!É como se , para existirmos, precisamos antes que alguém perceba , reconheça e constate nossa existência, antes até de nós mesmos!Esperem aí , então: o que o outro vê é de fato mais importante?!Vejam bem : não estou defendendo a idéia de que nós nos bastamos e pronto!Não!Afinal ,se existisse só uma pessoa no mundo ( e de fato nos “mundinhos particulares”por aí praticamente só existem seus donos),do que adiantaria, já que ninguém saberia de sua existência?! De qualquer forma, admito que tenho medo de muitos elogios.Não é falsa modéstia não..Elogios em excesso são perigosos: corremos o risco de acabar acreditando neles.

Posso dizer com toda a certeza que já conquistei muito do tal “reconhecimento”citado e também não minto: por muito tempo foi exatamente o que quis. Todavia , não é com a boca cheia nem com o queixo erguido que hoje afirmo isso. Sim, há quem reconheça em mim uma boa aluna,uma boa escritora, uma boa filha, há quem em mim reconheça beleza, há quem em mim reconheça a mulher e a menina, a quem reconheça em mim uma amiga. E muitos me dizem que tudo isso junto é sinônimo de sucesso. Pessoalmente,tenho como conceito de sucesso um conseguir sentir prazer e satisfação naquilo que escolheu para si.Pode ser uma grande carreira no mercado financeiro, ganhando muito dinheiro; pode ser como um missionário no sertão nordestino ajudando a alfabetizar os menos favorecidos; pode ser viajando de mochilão mundo afora, dormindo na praia e em albergues ou pode ser abrindo mão de uma profissão para se dedicar à criação dos filhos, não importa!

Esses dias uma amiga minha me indagou: “Paula, você escreve bem, tira boas notas, é bonita, é carismática, tem um papel importante na peça.. me diga uma coisa em que você não é boa?” , eu, sem hesitar respondi, assim, na lata: relacionamentos. Não, eu não sou boa em relacionamentos, sou até de fácil convivência, mas de relacionamentos não. Isso me dói muito (talvez porque eu, paradoxalmente, valorize demasiadamente os outros e a companhia deles; também porque acredito que nos bons relacionamentos é que jaz o “sucesso”) e justamente o fato de eu tentar sempre atingir a expectativa que as pessoas costumam ter de mim é que não me faz boa nisso!Chega um momento em que simplesmente essa repetida farsa, fantasia, “teatro”, máscara ou capa vai me consumindo e não há mais como sustentá-la.Aí é quando começo a explodir: discuto com as pessoas sem motivo aparente,fico estressada, choro e me volto contra a minha própria cria de contradição.

Perdão, vocês leitores,pai,mãe,amigos professores e vocês por quem nutro algum sentimento de afinidade,mas não posso mais. Chamem de desistência, de fracasso, de mediocridade ( eu chamo de reconhecimento,hãn?! Reconhecimento sim: reconhecimento próprio), mas: não vou mais sempre escrever um bom texto, ou um que os agrade, não vou mais sempre tirar “10”na prova, não vou mais sempre estar sorrindo, não vou mais sempre fazer o que é certo. Isso já não me importa mais (tanto)! Embora também não signifique que eu vá amá-los menos, por favor não me interpretem mal.

Ah!Como é bom poder ser gente!Como é bom se permitir errar!Como é bom ter limites!Hey!Hey, vocês escutem aqui: eu sou um ser humano, eu quero poder “ser humano”!!!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

História de uma decisão

O senhor entrou no consultório médico e se sentou na cadeira preta, em frente à escrivaninha cheia de papéis. Olhou em volta, observou a mesa do doutor, um quadro com tema egípcio na parede de madeira envernizada, um bonito consultório. Após esperar uns 6 ou 7 minutos o médico entrou por uma porta diferente da que ele havia entrado.

- Me desculpe o atraso, Sr. Fernando, encontrei um amigo no caminho até aqui.

- Imagine Dr. Lucas, não tem problema.

- Como vai Adélia e a menina?

- Bem, na medida do possível, é claro. Adélia está muito triste. Todos nós estamos.

Adélia é uma mulher muito boa, pensou o Dr. E a menina Lúcia era linda. Ele mesmo quem fez o parto. Ele mesmo quem trouxe a menina ao mundo 8 meses atrás, ele quem diagnosticou o câncer de Lúcia à 5 meses. Ele era quem estava prestes a dar mais uma notícia terrível. 2 para 1, ele pensou. Estava em desvantagem para com essa família.

- Fernando, chegou o resultado do seu exame.

- Mas já?

- Já. O seu coração está trabalhando mais que o suficiente, Fernando. Insuficiência Cardíaca Aguda.

- Muito grave doutor?

- É grave sim, será necessário transplante. Mas poderemos fazer o mais rápido possível para você, eu já consegui o orgão compatível.

Fernando não respondeu de imediato. Sorria como quem via a saída para tudo, um sorriso suave. Depois de algum tempo de silêncio, ele resolveu.

- Marque para daqui 6 meses então Dr.

O Doutor Lucas não entendeu.

- 6 meses? Fernando, você não deve estar entendendo! Você precisa dessa cirurgia quanto antes. Você está correndo riscos! Não viverá com este coração por 6 meses. Ele falhará antes.

- Lucas, você é quem não entende. Eu não posso abandonar minha família agora. Eu não vou deixar fazer parte desse casamento, dessa vida, agora que minhas meninas precisam de mim. Eu me recuso a fazer isso agora.

- Fernando, sua filha precisará de um pai no futuro. Seus netos precisarão de avô. E quanto à esses casamentos? Você deixará de fazer parte dessas novas vidas. Não se recuse à vida deles também!

Fernando sorriu como se o doutor não soubesse nada da vida.

- Sabe Lucas, eu amo Adélia. Eu a amo tanto. E eu só tenho 6 meses para amá-la. Depois disso, acabou. Terei tanto tempo para pensar em mim. Ela precisa de mim mais do que eu preciso desse coração. Ela não vai conseguir se eu estiver ausente. Eu não vou conseguir. Pode não fazer sentido para você, mas faz é o que me faz viver.

- Mas Fernando...

- Por 6 meses, eu sou dela, Dr. Lucas. Depois disso, sou todo seu.

Fernando respirou calmamente e, com os olhos cheios de água, completou:

-E, com certeza, irei precisar de outro coração, porque este aqui estará despedaçado.

Lucas, se perdeu em pensamentos. Lembrou de Júlia. Do tempo que poderia ter passado com ela e não passou. Como poderia querer que alguém cometesse o mesmo erro que ele havia cometido?

- Em 6 meses, terei os melhores cirurgiões. Disse Lucas, apertando a mão de Fernando.

E este saiu do consultório sem dizer uma palavra. Havia falado o suficiente.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

salvem o Toddy!

Não dá. eu sou meio ultrapassada mesmo, mas definitivamente não dá pra ficar inovando demais as coisas. é como diz o ditado: "se melhorar, estraga".
eu acordei já meio atrasada (e brava) e meu leite não estava pronto em cima da mesa como sempre fica. é claro, na pressa eu havia me esquecido da viagem do meu pai. me sentei tentando acalmar os ânimos e tratei de arrumá-lo logo. era um pote novo de Toddy. eu adoro tirar aquela tampinha de papel, mas antes mesmo que pudesse fazê-lo, vi o "brinde". um pacotinho grudado ali e dizendo: "novo Toddy, 3 em 1! Toddy + aveia + morango!!" Legal, legal, e num me custava nada experimentar. despejei o conteúdo na caneca com leite e bebi ansiosa. Meu Deus! como é que fizeram isso com o Toddy?! será que o dono da empresa nunca experimentou essa maldita novidade? não tem gosto de Toddy, nem de aveia e nem de morango, que até morango é bom perto daquilo (aham, eu sei que parece estranho, mas eu não gosto de morango). é lamentável e ainda tem menos proteína, e isso quem me contou foi o Fabian e olha que ele entende do assunto. me deu vontade de correr pra um pote de Nescau.
já se passaram quase 3 horas e eu ainda estou passando mal. mal mesmo, minha gastrite e meu pobre estômago desandaram de vez. enquanto isso, eu só pensava no blog. eu precisava alertar meus colegos e leitores bebedores como eu. como se já não nos bastasse leite com soda cáustica e água oxigenada, agora resolveram contaminar o Toddy.

ainda bem que ainda existe o nosso velho e querido companheiro de aventuras original, potinho amarelo, chocolate com cara de puro, aah..! (pulinhos no meu estômago sofrido.) eu concordo com a comunidade do orkut "Não devia ter banalizado". Não precisam inventar novos sabores de Coca-cola, porque nenhuma supera a original, naquelas garrafas de vidro. não precisa fazer versão nova pra uma música, porque não tem nada melhor do que a 1ª versão, de gravação fraquinha e num disco de vinil.
Fica o meu apelo: não banalizem o Toddy! deixe ele lá, quietinho, bonitinho como sempre foi. porque definitivamente eu não quero que meus filhos cheguem atrasados para o café da manhã e encontrem misturado ao leite, uma mistureba de gosto nenhum.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

o mistério da música

Hoje eu vou cantar. Estava com saudade dos palcos do teatro. Pra quem me tem no orkut, é fácil notar, basta ver meu álbum. Descobri no teatro uma diversão, uma exaltação da qual precisava. Houve muitos bons momentos de minha vida que compartilhei com o palco e com meus amigos atores.

Posso citar três especiais. O primeiro, sem dúvida nenhuma, foi a peça O FALECIDO. É uma peça muito simbólica, pois ela se fez por si só. Tínhamos uma semana para criar e ensaiar uma peça para apresentar num colégio de ensino fundamental. Foi lindo! as idéias foram se anexando naturalmente e a coesão entre os atores soldou tudo numa maravilhosa comédia, cujo sucesso refletiu-se na "turnê" que fizemos por vários colégios apresentando-a.

O segundo foi o trabalho que fizemos na APAE e nas creches. Montamos uma peça infantil e bonitinha para presenteá-los próximo ao natal. Levamos também muitos alimentos, roupas e brinquedos que arrecadamos durante todo o ano. Mas o maior presente foi nosso. O terceiro momento especial e que tenho muito carinho foi todo o processo de ensaio e de apresentação do musical OS SALTIMBANCOS. Já escrevi sobre no meu blog Fofocando sobre a perestroika . Foi especial pra mim porque, pela primeira vez, protagonizei um papel, que além de ser de um musical que eu sempre adorei, trabalhamos do jeito que eu gosto - com um grupo reduzido e coeso.

Desta última sinto falta até hoje. E provavelmente hoje vou matar um pouquinho dessa vontade. Neste ano, foi montado no meu colégio uma peça sobre problemas sociais intercalando-se com musicais da disney. Posso dizer que também sempre gostei das músicas dos filmes da disney, em especial do Rei Leão e do Aladdin. Havia me ausentado do grupo de teatro este ano, mas fui, por curiosidade, assistir ao ensaio do coral um dia. O professor de música acabou me chamando pra cantar uma das músicas do final da apresentação. É uma canção do Fantasma da Ópera (não me pergunte o que ela esta fazendo nessa peça, eu ainda não sei também), que é muito bonita e dificílima de cantar, diga-se de passagem.

A apresentação é hoje e, mesmo já tendo me apresentado em palcos várias vezes, sempre tem aquela ansiedade e frio na barriga. Principalmente quando se trata de cantar. Todos dizem que eu canto bem, mas eu não acho muito. Apesar de ter uma musicista na família (minha irmã), tenho muita dificuldade para acertar notas e manter-me afinado numa música (principalmente quando são essas mais melodiosas e mais eruditas), mas até que dá pra quebrar o galho. O engraçado é que eu fico pensando, quem será que "descobriu a música" ?

Quem será que foi o primeiro a descobrir que se você fala com a boca aberta, é diferente se você fala com a boca mais fechada. Quando que o homem se perguntou por que a voz da mulher é mais aguda que a do homem? Quem será que montou o primeiro instrumento? Quem inventou a teoria musical?

Nos textos sobre a Escola da Ponte, Rubem Alves falou sobre imaginar o contexto em que viviam os homens quando inventaram certos objetos. Sem pararmos pra pensar, alguns objetos parecem impossíveis de terem sido inventados. O disco de vinil, por exemplo, ainda me surpreende. É difícil de aceitar que uma agulha arranhando um disco possa reproduzir uma música. E o telefone então. Às vezes não achamos tão magníficas essas evoluções tecnológicas porque quando nascemos elas já estavam diluídas na sociedade.

Imaginem o trabalho que o homem antigo teve pra construir uma flauta. Os buraquinhos deviam ser espaçados de tal forma que a diferença de um som para o outro teria de ser um ou meio tom. E o tanto de combinações diferentes que se pode fazer tapando os buraquinhos com os dedos, cada uma formando notas e seus sustenidos. Por falar nisso, quem foi o cara que deu esses nomes? quem foi que percebeu que o Fá sustenido tem uma freqüência ligeiramente maior que o Fá. E por que cargas d'água essa freqüência de onda se chama Fá? E por que quando ela é combinada com um Si e com um Ré forma-se uma harmonia denominada acorde?

É legal pensar nesses mistérios mas temos que tomar cuidado pra não enlouquecer. Nunca vamos conseguir achar a resposta de tudo. Mas, quando possível, vamos descobrir as que estão a nosso alcance (eu por exemplo ainda vou visitar uma fábrica que transforma madeira em papel). Mas enquanto isso vou deixar essas "bobagens" de lado porque não caem no vestibular.

Pra quem quiser assistir à peça, acontecerá hoje e amanhã às 19:00 no Colégio Dinâmico. O ingresso é apenas 1kg de alimento.

sábado, 3 de novembro de 2007

Sobre a escrita

Gosto de escrever. Quando eu me imagino professor - um anseio que gostaria de ver realizado-, me vejo dando aulas de redação. Gostaria de fazer meus alunos verem a beleza que eu vejo no ato de escrever. Porque escrever é uma arte, assim como desenhar, atuar, dançar, beijar...

É uma arte porque, primeiro, lembra a dança. Quem vê o outro dançando pode até achar fácil (o dançarino dança com tanta leveza e graça!), mas quando se tenta cai logo no primeiro movimento. A escrita é composta por uma série de passos, movimentos, na medida certa, que se feitos com maestria conduz suavemente o leitor. Quem disse isso não fui eu, foi Fernando Sabino. Ele também disse que seus textos podem ser lidos por todos, do professor ao aluno, do chefe empresário ao faxineiro da empresa, porque sua linguagem é bastante prática e acessível.

Isso porque, quando ele escreve, pensa no leitor. Eu também penso em você, leitor... É você quem lerá meus textos, devo-lhe todos os créditos. Eu não existiria (este texto não existiria) se não fosse você que o lê, assim como uma banda não existiria se não houvesse pessoas dispostas a ouvirem sua música. É como imaginar um show sem platéia! Por isso, não gosto de esnobar, de dificultar a linguagem, de colocar palavras difíceis, de promover minha imagem com o texto. Isso só irrita o leitor. No fim, “núncio palreiro” e “mensageiro tagarela” é a mesma coisa, então pra que ficar com a primeira opção?

A gente acaba percebendo que escrever não é difícil... Só exige muita prática, e conhecimento amplo da língua. Não somente o conhecimento de palavras (não adianta comer o dicionário), mas o conhecimento da forma como se pode utilizar a língua com a finalidade de expor de maneira inteligível as idéias no papel. Para isso, basta ler muito... A melhor forma de aprender a escrever é ver esse “escrever” feito por outras pessoas. Por exemplo, eu, quando passei a ler Harry Potter, comecei a usar verbos no pretérito mais-que-perfeito (ele entrara na cozinha, bebera leite com toddy...). Quando li Olavo Bilac, aprendi que firmamento e abóbada celeste querem dizer a mesma coisa: céu. Prestando atenção nas aulas do Paulo Ribeiro, aprendi a usar “em função de”, que é bem útil (parece com devido, só que é mais fácil de usar). Lendo o Arthur, gostei de sua onomatopéia “Argh!” e talvez venha a usá-la, algum dia...

As pessoas que não gostam de redação reclamam da falta de criatividade. Eu acho que, mais do que isso, o problema está na falta de liberdade, porque sempre os professores nos dão temas específicos, com a obrigação de usar coletâneas e escrever o tipo de texto que é pedido. Eu, particularmente, tenho certos problemas com provas de redação – fujo do tema, algumas vezes. “Sua redação está muito boa, João, mas talvez você possa receber nota zero porque não é exatamente isso que a prova pede”, já ouvi minha professora dizer. Isso é desanimador. É como dizer para um pintor que a floresta que ele pintou está linda, mas que o avaliador de arte achará horrível porque o que ele quer ver é um oceano.

Isso é muito chato. Argh! Textos produzidos por alguém dizem muita coisa sobre esse alguém, portanto devem ser respeitados. Peço que você, leitor, que não gosta de escrever, passe a ver na escrita uma forma de se expressar, da maneira como quiser, do jeito que desejar! É como se você tivesse um monte de lápis de cor e um papel branquinho, te esperando... Inclusive, tenho uma idéia de abrir uma sessão “Convidados” aqui no Leite com Toddy, não sei se meus companheiros de blog vão concordar...

De qualquer forma, era isso que eu tinha para dizer. Acho até que me alonguei demais. Por isso, sem mais delongas, termino o texto com uma frase muito massa, do Fernando Sabino: “Existem várias maneiras de se dizer a mesma coisa, e a melhor é, em geral, a mais simples”.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Salvem as baleias no Ártico

O homem é egoísta por natureza. Prova disso é que sempre agimos por interesse. Muitas vezes fingimos algo que não somos para nos encaixarmos na sociedade. Dizemos para as pessoas o que elas querem ouvir, não o que pensamos, com medo de que fiquem bravas com a gente.
O sorriso da recreadora é falso. Mesmo que ela adore crianças, as acha insuportáveis certas vezes. Mas ela precisa do emprego. O atendente de tele-marketing é irritante de tão educado. "Mas que p*#$@, o que eu tenho que fazer pra conseguir alguma coisa nessa m%#*@?!!" , "Calma senhor fulano-de-tal, vamos estar fazendo o possível para estar providenciando isso pro senhor até o fim-de-semana, ok? Obrigado, uma boa noite e orbigado pela preferência". O fingimento está estampado. Ele seria muito mais simpático se retrucasse todos os palavrões e chingamentos que lhe gritamos. Mas ele precisa vender o produto.
O discurso sobre a pobreza do mundo, sobre o aquecimento global e sobre a corrupção é muito bonito. Mas quem o faz, nada faz. Do que adianta colocar imagens chocantes e reflexivas sobre as diferenças sociais no álbum do orkut se, na foto de baixo, você está na micareta (cujo ingresso custa em torno de R$50,00) com seus amigos, felizes sem se preocuparem com as criancinhas que trabalham o dia todo para manter uma sobrevida.
Isso me faz lembrar de um texto que li ontem, do Fareed Zakaria, que disserta sobre o homem que vive buscando altrnativas para conter o aquecimento global - o que não vai ocorrer pois, mesmo que estraçalhemos com a economia mundial para reduzir a emissão de carbono, ela vai continuar existindo e, provavelmente, aumentando - quando na verdade, deveria agir e buscar alternativas para adaptar-se a um novo mundo, muito mais quente e seco. É um texto que compensa ser lido, para quem quiser ele está disponível no meu blog Fofocando sobre a Perestroika .
O homem é um ser egoísta que, mesmo tendo sentimentos por outras pessoas, coloca-se em primeiro plano incondicionalmente em qualquer situação. Se todas as máscaras caírem, veremos pessoas bem diferentes das que conhecemos. Vê-las-emos com outros olhos também.
Não estou atacando ninguém e nem um segmento social tampouco. Estou apenas expondo a realidade do homem nua e crua. E eu encaixo-me nesse perfil também. Tanto que estou a 17 dias do meu vestibular e não estou nem um pouco preocupado com a fome no mundo.

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Sinto-me um insensível por ser o único a não ter dado boas vindas ao novo blog =P. Mas nunca é tarde né. Fico feliz que tudo esteja dando certo e que os escritores esteja animados para posar aqui sempre. Não vamos deixar o leite coalhar e nem o toddy vencer! Espero que mantenhamos esse nosso cantinho reflexivo por muito tempo, msmo porque adoro ler os textos dos meus companheiros de blog.

Até a próxima!